quarta-feira, 30 de junho de 2010

EXU GUARDIÃO DO LOCAL - A TRONQUEIRA ( PARTE II )

O Exu Guardião do local ( Parte II )


• A “Tronqueira”, um espaço sagrado – a visão da Umbanda Hermética.



A “tronqueira” ou “ganga”, se caracteriza por ser, a nível geográfico ( instituída neste espaço de realidade manifesta), um local delimitado pelas dimensões do comprimento, largura e haltura, aonde processos ligados à captação, magnetização e fixação, através de ritos e símbolos, possibilitam o armazenar e fluir de energias ligadas diretamente ao “exu guardião do local”.

No entanto, antes de iniciarmos os pormenores ritualísticos relativos ao assentamento de uma “tronqueira”, é imprescindível que tenhamos plena compreensão de seu significado dentro do processo dual da mente humana!

Pois bem, quando falamos em religiosidade, automaticamente se define o religioso e o não religioso. Aquilo que pertence ao campo religioso associamos ao “sagrado” e, em contrapartida, tudo o restante não incluso neste campo do “sagrado”, se torna então “Profano”. Observa-se que, nos moldes da mente pensante, também o sagrado e o profano se apresentam como formas de foco da consciência sobre determinados aspectos da realidade visível!

A vida transcorre sempre dentro de algum tipo de espaço. Podemos citar por exemplo, o espaço geográfico, o espaço natural, o espaço edificado, o espaço temporal, entre tantos outros. E, o espaço denominado religioso ou sagrado se localiza dentro da dinâmica destes diferentes espaços.

Abordando as variadas dimensões do existir humano, considerando o espaço de uma maneira mais ampla dentro de processos sociais das funções e das formas, contextualizamos o espaço não como um meio sobre o qual as coisas estão colocadas mas sim, um meio pelo qual é possível a disposição das coisas! Sendo assim, concebemos o espaço como o Poder Universal de conexão entre as coisas nele imersas.

Transferindo este conceitual para a “Tronqueira”, agora podemos defini-la como um meio com poder de estabelecer conexões dentro das possibilidades correlacionais da existência! Há pois, uma interrelação de objetos e ações que fazem uso de uma base material denominada espaço! È portanto, neste espaço que se cristalizam processos de formas pensamentos, desejos e ações das pessoas que residem no local ( como já foi visto na Parte I) que, em conjunto com a captação, fixação e magnetização de forças no campo das coisas do “sagrado”, formam um fluir dinâmico usado como meio instrumental através do qual o ser humano realiza a sua vida, produz e cria!! Não esqueçamos que Exu é vida, movimento e energia!

Passamos agora a definir o “espaço sagrado” e, para tal focamos nossa atenção ao ser humano religioso que dá uma significação qualitativa diferente para o local aonde o sagrado se manifesta. Para ele, este é um local aonde o “profano” é transcendido e torna-se possível a comunicação com outras “dimensões divinas”. Podemos afirmar que um ‘lugar sagrado” é um espaço recortado dentro do grande espaço cósmico ou telúrico.Torna-se portanto, este espaço, um microcosmo representativo do mundo no qual a existência acontece. E, é neste espaço que o ser humano religioso expressa de modo mais completo a sua atitude religiosa através de diversos ritos.

O sentimento do mistério frente ao sagrado, deve despertar uma quietude profunda de recolhimento espiritual na alma do ser humano religioso. E, é esta a sensação de sagrado que deve se manifestar em espaços concretamente estabelecidos em torno dos quais são realizados os mais diversos rituais, como é o caso da “tronqueira”!

Portanto, é imprescindível para o ser humano que busca o “religioso”,partir da compreensão do que é o sagrado, do que é um espaço sagrado, de como o sagrado interage em sua vida para, a partir de então, traçar uma relação de respeito para com o sagrado; fórmula esta que se torna a chave para a mente humana transcender os limites da materialidade!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Exú Guardião do Local (Parte I )

Èsù é a Energia da Vida, do Movimento e da Ação..
Com os conhecimentos que a “linha de Exu” são Forças e Elementos da Natureza, manipulados por seres espirituais, e também cientes que o homem não gera somente seres humanos, de corpo físico, de carne e osso, mas, que o homem também gera seres energéticos, que convivem a sua volta e coabitam suas residências; semelhante ao que os esotéricos chamam, e denominam, por Egrégora, passo agora a desvendar um mistério que co- habita com o “exu guardião da casa”, sendo responsável por praticamente toda a movimentação magistica e magnética dentro da “ganga”.

Esse “ser” criado, a partir da Energia do Pensamento Humano, convive e mora nas residências dos homens. Portanto, este “elemental artificial” é um ser energético criado a partir da Energia do Pensamento de Todas as Pessoas que habitam um lar, tendo em sua composição o fruto de todo um processo vibracional energético, fruto de emoções e desejos ( ligados à energia do chakra básico) e acaba sendo polarizado (“alimentado”)periodicamente. A “ganga” trata-se de um Altar de Louvor, que é colocado o mais próximo da porta, ou passagem de entrada, das residências. Ali o “exu guardião da casa” recebe oferendas, rezas e,principalmente, o produto das formas pensamento, desejos e emoções de todos aqueles que habitam no local, promovendo desta forma, através da “Lei de Ação e Reação”, o equilíbrio, a paz, a harmonia, a saúde, a prosperidade,e a fartura daquele lar( trata-se de um processo alquímico de acúmulo de energias imanentes, condensadas pela “Lei da Atração Biomagnética”, para virem a ser absorvidas como fluido vital através dos chakras etéricos dos habitantes daquela casa). Porém, temos que notar: “a ganga” pode ter uma energia boa ou ruim, ágil ou estática, saudável ou doente, guerreira ou pacífica, e assim sucessivamente, em decorrência da energia do "pensamento" das pessoas que habitam aquele lar.

Èsù está sempre em desenvolvimento e mutação, é óbvio que, em decorrência dos atos e pensamentos dos que o mantém, por isso ele é um Èsù, pois Èsù é Vida, é Movimento, portanto é tudo o que pode acontecer naquele ambiente. Quando uma família se muda de residência, esta “força” permanece onde foi criada, e aqueles que vierem a residir futuramente naquela casa, irão estar sob a influência da antiga “egrégora pensamento” que a antiga família, ou pessoas, formaram alimentaram e configuraram. Desta forma, toda casa, toda construção civil tem um “dono”, seja ela uma construção residencial ou comercial.

Quando “esta linha de exu” é captada,condensada e magnetizada a partir de uma energia ruim, pesada, desagradável, pessimista, inerte, configura-se parecidíssima com larvas, desta forma deprimindo os habitantes de uma casa, seja ela comercial ou residencial. Portanto, um imóvel que possua uma “energia de guardião” ruim, mal formada, nunca será um imóvel claro, por mais lâmpadas que se mantenham acesas. Será um imóvel "doente" energéticamente, merecedor de terapias e tratamentos apropriados. Muito trabalho e dedicação é necessário por todos que vivem em uma casa, para manter a “egrégora do Exu Guardião da casa” equilibrada. Pior é quando se vai viver em uma casa onde os antigos moradores geraram uma “força egregórica” sobre bases de energias ruins e pesadas. A transformação dela requer extrema dedicação e perseverança, muita força do pensamento, muito otimismo e muita Fé além de processos de “magia alquímica” no intuito de reversão do quadro. Mas é plenamente possível a mudança de estado emocional desta energia\força.

O que pretende mostrar a Religião dos Orixás, com essa apresentação ritualística toda, é que, um Lar, ou um ambiente de trabalho, harmonioso, saudável e próspero, é formado pelos bons pensamentos e atitudes das pessoas que convivem nele. Pessoas alegres, sorridentes, otimistas, saudáveis, religiosas irão viver o progresso, tanto espiritual quanto material, em um equilíbrio quase perfeito. Com esse objetivo, a Umbanda, tomando por base as vertentes africanistas, faz louvores e oferendas à Deus, através daquilo que convencionou chamar por “Linhas de Exu”.

Este conhecimento,, faz parte de todo um processo de aculturamento da Filosofia da Religião dos Orixás que se assemelha com muitos outros estudos esotéricos, ou também filosóficos de outras Religiões, que se encontram inseridos dentro da “divergência” Umbandista rumo à “convergência” unificadora em torno de um Deus Supremo.

OBJETIVOS DESTE BLOG

NOSSO PRINCIPAL OBJETIVO:
CONTEXTUALIZAR UMBANDA COMO RELIGIÃO.
ESTUDAR E APROFUNDAR O FENÔMENO RITUALISTICO UMBANDISTA DENTRO DA ÓTICA DO SAGRADO RESGATANDO O " MITO DO ETERNO RETORNO".
CARACTERIZAR AS FORÇAS\ELEMENTOS COMO MANIFESTAÇÕES DAS ENERGIAS ORISAS CULTUADAS NA UMBANDA.
LEVAR, PELO RACIOCÍNIO LÓGICO E FUNDAMENTADO EM UMA TEORIA DE CONHECIMENTO, A COMPREENSÃO DOS FUNDAMENTOS SAGRADOS DE UMABANDA.
PAUTAR PELA ÉTICA, A BOA CONDUTA MORAL, A DISCIPLINA E OS BONS COSTUMES, O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO INICIÁTICO DENTRO DA UMBANDA.